Hoje vim falar de um assunto que gerou muita polêmica na última semana. Foi liberada pelo STF, a interrupção da gravidez de bebês anencéfalos.
"A anencefalia causada por um defeito no fechamento do tubo neural (estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal). Ela pode surgir entre o 21º e o 26º dia de gestação. O diagnóstico é feito no pré-natal, a partir de 12 semanas de gestação, inicialmente por meio de ultrassonografia. Entidades médicas afirmam que o Brasil tem aproximadamente um caso para cada 700 bebês nascidos. A grande maioria das crianças que nascem sem cérebro morrem instantes depois. Além de carregar no útero um bebê fadado a viver possivelmente por alguns minutos, as mães ainda têm de lidar com a burocracia de registrar o nascimento e o óbito no mesmo dia.", Uol, Ciência e Saúde.
Eu acredito que Deus tem um propósito em nossas vidas, e um filho com uma grave doença como a anencefalia, vem para nos ensinar o valor das coisas. O valor que tem uma vida, o valor que tem um filho. Mas também não consigo deixar de pensar na tortura que deve ser a mãe sentir durante a gestação seu bebê mexer e saber que não poderá ficar com ele. Você espera o pior, porque sabe que não tem o que fazer. O pior é imaginar a dor de perder um filho, em qualquer situação, mas nessa, você já sabe o final da história. Você ama, pega carinho e quer ficar por perto, mas sabe que a qualquer momento você pode perder o seu filho, afinal na anencefalia não é comum que a criança sobreviva mais que algumas horas ou dias, mais raro então são os casos de crianças que vivem alguns poucos anos.
Como tudo na vida, há prós e contras, mas esses só podem ser estabelecidos por você mesmo. Em questão de saúde materna é certamente o melhor a se fazer, já que os riscos aumentam a medida que a gravidez é levada adiante. E se levarmos em conta que o bebê morrerá de todo jeito, também é o melhor a se fazer. Há uns que digam que sem cérebro não tem vida, outros que digam que independentemente de ter ou não cérebro tem vida, e tentá-la é um crime. Vale lembrar também que sem o cérebro tudo é comprometido, já que é ele que coordena o funcionamento de todos os outros órgãos. Ou seja, um anencéfalo não falará, não andará, será cego, surdo e mudo e se movimentará apenas por reflexos, isto é, não se movimentará por vontade própria.
As opiniões se chocam entre aqueles que são contra e os que são a favor. "Quem não tem cérebro não tem vida", disse o ministro Marco Aurélio de Mello. Os médicos podem dizer que não há vida sem cérebro, mas isso cientificamente dizendo. Agora você concordar ou não, vai da sua opinião. Particularmente eu sou bem divida a respeito da decisão da interrupção da gravidez. Creio que optar por interromper ou não a gestação o sofrimento da família é inevitável, acho que deve ser a decisão mais difícil a se tomar pela mãe.
Encontrei um site muito interessante sobre o assunto. Se tiver curiosidades, acesse o link: http://www.anencephalie-info.org/p/index.php . Achei também o blog da mãe da menina Vitória, que foi exemplo da semana, só que no seu caso, apesar de documentos atestarem anencefalia, nenhum médico nunca soube precisar se Vitória sofre de acrania, anencefalia ou anencefalia incompleta. Se quiser dar um olhada no site e saber mais sobre a história da família, acesse o link http://amadavitoriadecristo.blogspot.com.br/ .
Só nos resta não julgar aqueles que passam por isso, afinal podemos até nos imaginar nessa situação, mas a dor e a dúvida real só estão na mente e coração daquele que está enfrentando a situação.
